Por quê não existe dia da consciência humana?

Sabemos que nossa audiência é majoritariamente branca. E que, talvez, uma parcela ainda ache bonito o discurso da consciência humana. Porque na teoria ele é tão lindo, não é mesmo?

Mas na prática a coisa muda de figura. Se existisse consciência humana, as vidas negras realmente importariam para todos.

Não seríamos um país onde pessoas são assassinadas todos os dias só por serem negras. Taí o recente caso do João Alberto, assassinado por seguranças no Carrefour, jogando isso na nossa cara.

Mas não é só isso.

O mercado de trabalho ainda é majoritariamente branco, e muitos empregadores usam a desculpa da “falta de qualificação pra preencher vagas de alto cargo”. Recentemente a cofundadora do Nubank falou em uma entrevista que tem dificuldades de encontrar candidatos negros adequados para as exigências das vagas na empresa, por exemplo. Enquanto isso, profissionais qualificados precisam enfrentar o racismo diário que questiona suas qualificações e desacredita que pessoas negras possam ter chegado a cargos importantes.

Quer ouvir mais essas pessoas? Sigam @katleendermato e @frednicacio. Sigam @joiceberth @nathfinancas @gabidepretas.

E por fim, não tem como não falar dos dados de violência contra a mulher. Mulheres negras são as principais vítimas de violência. E sofrem mais com violência obstétrica. E até mesmo violência política.

Vocês acham mesmo que dá pra falar de consciência humana em um quadro como esse? A gente tem certeza que não.

E parte de nós, pessoas brancas, a reflexão sobre essa necessidade de querer ignorar a importância e a relevância desse dia. Por puro medo de encarar o racismo que temos entranhado dentro de nós. Toda vez que a gente reforça esse tipo de discurso, a gente reforça o sistema racista. E nada muda.

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