Autocuidado também é cuidar da própria cabeça

Lembro lá de março de 2020, comecinho da pandemia, quando ficamos em quarentena. Lembro de um pensamento muito ingênuo passando pela minha cabeça:

“bem, agora que não to podendo sair de casa vou ter mais tempo pra mim”.

HA. HA. HA.

Essa foto é de Dezembro. Olhei pro meu pé, quase 9 meses depois desse pensamento, com um esmalte de quase 3 semanas descascando e ri sozinha. Eu vejo essas unhas todo dia. Todo dia me lembro que preciso tirar o esmalte. E todo dia deixo pra depois.

Me pergunto brevemente como que antigamente eu arranjava tempo pra essas coisas. E aí percebo que meio que esqueci o que era a vida pré quarentena. Esqueci que já existiu um tempo que a casa ficava arrumada por algumas horas, que dava pra trabalhar em silêncio – e render! – enquanto filho estava na escola e marido no trabalho. Que dava até pra parar 1 hora pra ir em um salão fazer as unhas se eu quisesse.

Hoje olho pra esse pé com as unhas descascadas e penso que esse foi o ano que eu menos tive tempo pra fazer essas coisas. Unha, depilação, cabelo…Não sei o que é pisar em um salão desde fevereiro.

Ao mesmo tempo, ano passado foi o ano que eu mais cuidei de mim em um sentido mais amplo da palavra. Foi o ano que eu permiti sentir e acolher o que estava pesado. Que aprendi a contar até 5 quando tava difícil, a ser mais vulnerável. Foi o ano que aprendi a esperar – o que considero um feito para uma ansiosa.

Se isso não é autocuidado, nem sei mais o que é.

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