Há um tempo fiz um post no grupo do Papo Sobre Autoestima dizendo que estava exausta. Recentemente eu entro em redes sociais que são mais para debates do que compartilhamento de imagens e o esforço para não surtar é grande. A sensação que eu tenho quando vejo minha timeline é que entrei em uma sala barulhenta, onde todo mundo está gritando e apontando os dedos para cara dos outros.
Eu amo redes sociais. Amo um textão. Amo usar para aprender. Mas mesmo tentando enganar os algoritmos, a impressão que me dá é que todos os assuntos estão inflamados. Do Big Brother à matéria do Fantástico, passando por política (que sempre está inflamada) e corona vírus.
Quis saber se mais gente estava com essa mesma sensação. E também quis saber o que as pessoas estavam fazendo para não surtar diante desse cenário.
Algumas das respostas que recebi foram bem interessantes. Quis trazer pra cá, caso alguém esteja à procura de não surtar, assim como eu.
Luna: “Hoje eu me mantenho atualizada, organizo minha opinião e não olho pro que os outros dizem. Só comento sobre coisas polêmicas pessoalmente, ou em um grupo de amigas que sei que terei opiniões bem embasadas e boas discussões, fora isso, escolho me ausentar.”
Karine: “O que eu to fazendo pra não surtar é falar de Love is Blind, The Circle, um pouco de BBB”
Taiza: “Eu de tempos em tempos deixo de lado. Depois, volto. Me faz bem porque eu sou bem viciada em redes sociais, então é importante dar uma descansada de vez em quando. Não parece mas a quantidade de informação (e de gente sem noção) cansa muito.”
Mayara: “Tem dias quero me desligo, é necessário se não minha ansiedade aumenta. Não acesso Instagram e Facebook e WhatsApp. Quem quiser falar comigo urgente liga.”
Ester: “ACHO que mais do que nunca aqueles princípios de moral x ética, mito da caverna, certo e errado, estão em pauta. E tem duas ondas: a onda da informação e dados, temos MUITAS informações sobre QUALQUER coisa. E a onda do palanque/arena virtual, onde TODOS temos voz. Redes sociais trouxe essa democracia da informação, da externalização, mas não acompanhou a nossa capacidade de adquirir responsabilidade e inteligencia (emocional, até) pra lidar com esse tanto de conteúdo. O @contente.vc fez um post hoje inteligentíssimo sobre a nossa capacidade de lidar com informações. NÃO DAMOS CONTA. É muita informação, é inteligencia artificial filtrando o que chega pra nós, é difícil pra caramba!”
Gabi: “Eu de verdade tenho tentado me informar o mínimo possível, então venho seguindo conteúdo mais leves, ver séries e filmes leves pra não me sobrecarregar. Foi a forma que eu encontrei, embora as vezes pense que não é a mais certa. Porém preciso pensar mais no que fazer do meu dia a dia pra mudar ainda que o micro do que acompanhar o macro e não conseguir gerenciar nada.”
Marina: “Tenho usado as redes cada vez menos e escolhido compartilhar mais das coisas que me fazem bem, do que as que me fazem mal. O mesmo para comentar, para ir atrás de notícias e tal. Sei que a informação é importante, mas não preciso estar informada a todo o tempo sobre tudo, acho que podemos nos dar esse “luxo” de vez em quando. Como se escolhêssemos mesmo nossas batalhas. Me sinto em conflito, mas ainda bem que cada vez menos, porque gostaria de produzir mais, mas ao mesmo tempo não fazer tudo por conteúdo. Tento manter um equilíbrio e tem dado certo por aqui…”
Luiza: “Eu, como jornalista, já fui uma pessoa totalmente sedenta por informações e todas as opiniões possíveis sobre alguma situação polêmica e entrar em parafuso considerando tudo. Desde as últimas eleições, eu decidi me preservar um pouco, mas como trabalho com isso, não posso me ausentar de nenhuma informação nem de redes sociais. E o que funcionou, para mim, foi: eu aceitar que 1) eu não tenho que ter opinião sobre tudo no mundo, até porque tem coisas que só admirar sua complexidade e camadas já mostram que ser categórica é burrice; 2) As pessoas expõem suas opiniões apenas por expor, na maioria das vezes, elas não querem debater, considerar ou repensar nada; então só nos gera um gasto de energia na gente que tem consideração por essas coisas, sabe, então infelizmente, ter pena dessa mesquinhez de pensamento e deixar pra lá tb tem me ajudado. Eu gosto de pensar que o mundo é isso mesmo porque a gente enquanto pessoa e sociedade é isso aí. É complexo, cabe o raso e o profundo e nós não podemos carregar o peso de todo esse caos sozinhas, sabe. Eu procuro agora sobre essas conversas, conversar mais pessoalmente que pela internet e com pessoas que eu tenho segurança de opinar, falar (nem sempre que tenham a mesma opinião que eu, mas que eu posso me expressar, sabe), e de vez em qd desligar mesmo botar um filme bem frufru, fazer alguma atividade bem aleatória como desenhar ou escrever. É isso, se não a gente surta mesmo.”
Você também tem se sentido assim? Quais as estratégias você usa para se manter sã?