O Robô Selvagem, de Peter Brown

Comprei O Robô Selvagem depois de uma indicação em podcast. Ao invés de comprar para mim, dei de presente para a filha de uma amiga. Ela é uma menina de 7 anos muito sensível, com gosto para leitura e que eu tinha certeza que ia amar. O negócio é que eu acabei encantando a mãe dela também. A cada agradecimento que ela me dava, mais eu tinha mais certeza que precisava conhecer esse livro.

Aproveitei que Arthur estava lendo um livro na escola que tinha 10 capítulos, e comprei para ler com ele. Aí que me dei conta da diferença: esse livro tem 80 capítulos! Tudo bem que a maioria é curtinho, mas mesmo assim. De 10 para 80 vai uma longa diferença.

Conforme fomos lendo juntos, vi que não precisava ter usado ele como desculpa para comprar. Sim, o livro tem milhares de fatores que crianças irão amar: animais falantes, robôs, aventuras, descobertas.

Mas Robô Selvagem é também gera uma bela conversa sobre maternidade e todas as conversas que podem surgir dela.

“Existem muitos tipos de mães”. – ilustra: Peter Brown

Vou contar só um pouquinho da história para vocês saberem do que se trata. Roz é uma robô que se perde em uma ilha selvagem e se vê tendo que aprender a conviver em um ambiente inóspito, onde ela é uma estranha. Um dia, ela se vê responsável por um filhote de ganso e se torna sua mãe adotiva. A história se desenrola através do crescimento de Roz como mãe e como parte da comunidade dos animais na ilha. Com todas as suas dificuldades, diferenças e aprendizados.

Com uma narrativa sensível e atual, o Robô Selvagem gera conversas sobre adoção, sobre a maternidade ser algo que se constrói (instinto materno? Pfff), sobre respeito, sobre colaboração, sobre união e também sobre sustentabilidade. Fala também sobre rede de apoio, sobre usar suas habilidades e seus pontos fortes para trazer benefícios à sua comunidade e como uma sociedade unida faz a diferença.

Sim, eu fiquei surpresa de ver um homem trazendo questões sobre maternidade, mas Peter Brown conseguiu construir uma história lotada de empatia e gentileza.

Ainda faltam 10 capítulos para eu terminar, e até já imagino o que vai acontecer no final por causa do título do segundo livro dessa coleção. Já to prevendo que vou sofrer um pouco. Mas esse livro já mexeu tanto comigo que tenho certeza que não me arrependerei de indicá-lo por aqui, depois de tanto tempo sem uma indicação de Book do Dia.

Espero que curtam a leitura, espero que esse livro toque vocês do jeito que me tocou. Depois me contem o que acharam.

Deixe um comentário