Olha, preciso dividir uma coisa com vocês: autoconhecimento é uma merda. Calma, não to dizendo que ele não é necessário. Ele é. Irei defendê-lo sempre. O problema é que quando a gente fica sabendo certas coisas sobre nós mesmas, o bicho pega.
Nesses últimos anos de terapia descobri que sou mais controladora do que gostaria de admitir. Que tenho um conformismo que muitas vezes me paralisa. Que muitas coisas que eu levo pra reclamar na, verdade, são causadas pela minha dificuldade de impor limites. Que meus mecanismos de defesa são bem mais teimosos do que eu gostaria. Que eu tenho mais medo da opinião alheia do que eu gostaria de admitir.
As vezes rola um pequeno arrependimento por ter descoberto um traço meu que eu não tinha conhecimento.

Descobrir que você não é o alecrim dourado que você acredita que é pode ser um tapa na cara. Saber que você tem traços na sua personalidade que impactam de forma negativa quem convive contigo machuca. Que você tem parte da responsabilidade em todos os seus relacionamentos. A vida parecia mais simples antes. Sabe, aquela coisa de a ignorância é uma benção. Mas ao mesmo tempo também pode ser uma maldição, porque você passa anos em looping, repetindo os mesmos padrões.
Autoconhecimento é uma merda mas também liberta.
Ô se liberta.
Hoje ficou muito fácil me atentar a esses padrões, e tentar seguir por um outro caminho. Afinal, não adianta querer os mesmos resultados se a gente está sempre fazendo a mesma coisa, né?
Ainda estou caminhando nesse exercício de tentar ser mais leve comigo, me levar menos à sério. Ainda caio em armadilhas de querer agradar todo mundo – e ficando infeliz no meio do caminho. Mas cada vez mais eu prefiro abraçar cada pedacinho que vou descobrindo sobre mim e acolhê-los com o mesmo amor.